domingo, 5 de setembro de 2010

a voz que me tateia

Não devoras quem te vê?
língua de saliva acre
tua besta e teu espelho
são melhores que as corujas
que me visitam
meu declínio se assemelha
ao remar de Wagner
depois de páginas e páginas
de desesperar as arcadas
a janela ouviu e arrebentou-se
morte e vida serventia
partiu o prisma de Deus ou do Diabo
em mim os dois estão despertos
abertos no céu da minha boca
batem papo e brindam juntos
aos meus pés
trepo com os dois
noite e dia
nada mais falta nem resta
só em mim
caminham multidões nus
como nasci.

A loucura cuida
do sono.


...
J. Gui

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