segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

agora

O silêncio lê o que meus ouvidos apuram, o farfalhar das buzinas, dos pássaros que latem, agora,  no agora de sempre que está onde ontem e hj,  confortável e límpido esquecimento eu te louvo. Não tenho mais visões do futuro como antes. Um alívio. Nem do passado. Morri todos do passado e agora vivo enfim. Um alívio.
Agora os lábios produzem sons afetivos indiscriminados, perceptíveis ao instrumento a me mover, transferindo-me em imagem audível. Capturando-me.
Estarei assim por tempo indeterminado, fazendo questão de me atar as referências que possam me descrever. Ouvindo o despertar do lugar mais novo que sair daqui. Desse lugar apenas, desse lugar agora. Serena, sincera e abrupta como os brilhantes que pertencem a caverna.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

hhh

O tempo não?
se desfaz
permanece
a luta não?
descansa
sonha

o alvo sai
do lugar
certeiro
nadar em
nuvens
secas

lá embaixo
perto de Deus
nada se faz.

ir com todos
e só
abrir a terra
silenciosa
amplificada
no sono

oco e eco
na caverna
moram
no lábio o toque
a maciez
no beijo.

A paz não demora.



johsi Guim
Aprende-se vendo
pequenos seixos
rolarem no riacho

deseja-se sendo
em muitos
alvo de afagos

merece-se quem
encontrar a brecha
do teu toque?

no caminho desliza-me
as mãos suaves
penteiam a terra

o lago aberto o sol
pequenas pedras atiradas
antes de afundarem

caminham por impulso
na superfície da pele
do lago/ da terra/ do riacho.


johsi guim