a beleza não deixa órfãos, vai
onde bater sol está na roça
preparando as sementes
de feijão e milho nos calos
no foco Sebastiães Salgados
está no caramelo do corpo
que desliza e rastreia a areia
na praia no som que embriaga
dançarinos ateus e freiras
até na dor do parto
a beleza se esconde no sangue
para escutar o grito de dor
para estourar os miolos
derrete fibra por fibra
seus fios soltos de luz
saltam girando girando
em volta da língua nos olhos
uma pequena libélula zanzando
ao redor da barba
da fotografia antiga
do futuro
é a esperança desdentada
de sair donde não habita em si
é um bisturi que invade a epiderme
para sair da pele, desenhar
a chuva limpa a casa, sacode
serpenteia janelas, deslizo
expulso vinte vem mais cem novos
e apenas um exímio louco me devora.
......
j. gui
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