sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Passos longos de pernas curtas 
fazendo o que não deve a vida se vira 
o elogio do medo é culpa ou segredo?
a frase de efeito é o beijo?
a palavra que arde deseja 
não ter o que fazer, é desculpa, aceita 
mais vale o oco das mãos que os bois voando 
uma andorinha só é uma iludida mas já é ser 
mais vale um olhar que os fantasmas ausentes
o que posso fazer já faço a tempos
o que nego não é para acontecer e o que espero acontece sem querer 
a dúvida movimenta o fracasso e a vitória
fico com quem tiver mais espaço
nem cara nem coroa, o avesso
o que não é mostrado nas cartas é onde estou 
palavras na madrugada com cervejas cigarros e tempo 
girando feito uma carambola nuclear
toda nudez seduz?
toda coragem é nua?
toda roupa é desperdício.
mais um cigarro aceso, mais uma solidão queimada 
fazer o quê é fazer algo
continuar que nem cabelo comprido 
cortar ou não cortar faz a diferença nos filmes.



Johsi Guimarães

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Não havia maneiras para
Sair dali
Do plano inverso
Do olhar metálico
Despejado na saliva
.

A voz saiu abrindo os túneis
do escuro, garganta abaixo
.
.



Johsi Guimarães
Trago-te
Flores perfumadas
Cheiro de cuíca
Vozes de labaredas
Frascos de ilusões
Nos meus cabelos
Dançam negras
Serpentinas acesas



Johsi Guimarães
A selva envolvida entre os animais
O asfalto introduzido nas ruas
Sofisticadas!
Passantes!
Casas mirabolantes!
Entre as pernas do horizonte
Esperantos ouvia-se
Ausências
Flutuavam pelas bocas
Os filhos da imensa harmonia
Cascatas sorridentes entre
Pernas entre pernas
Numa catarse natural.



Johsi Guimarães