segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

agora

O silêncio lê o que meus ouvidos apuram, o farfalhar das buzinas, dos pássaros que latem, agora,  no agora de sempre que está onde ontem e hj,  confortável e límpido esquecimento eu te louvo. Não tenho mais visões do futuro como antes. Um alívio. Nem do passado. Morri todos do passado e agora vivo enfim. Um alívio.
Agora os lábios produzem sons afetivos indiscriminados, perceptíveis ao instrumento a me mover, transferindo-me em imagem audível. Capturando-me.
Estarei assim por tempo indeterminado, fazendo questão de me atar as referências que possam me descrever. Ouvindo o despertar do lugar mais novo que sair daqui. Desse lugar apenas, desse lugar agora. Serena, sincera e abrupta como os brilhantes que pertencem a caverna.

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